A pandemia acelerou o uso da tecnologia em processos da área de recursos humanos. É o que comprova um levantamento do Instituto Locomotiva feito com o apoio da unico, IDTech brasileira de soluções de proteção de identidade digital, e do Grupo Cia de Talentos obtido pelo Valor. Em um ano, seis em cada dez companhias brasileiras passaram a utilizar a digitalização na contratação de funcionários. Entre essas, 97% pretendem manter a digitalização dos processos de admissão após a pandemia.
Em 2021, segundo o levantamento, subiu para um terço a quantidade de empresas que contratam sem que os candidatos precisem ir presencialmente ao RH. Neste ano, ocorreu ainda uma aceleração no tempo de admissão de novos empregados: 53% concluem o processo em até uma semana após aprovação na entrevista; e uma em cada três empresas já perdeu candidatos por excesso de burocracia e demora na admissão, representando 36% do total.
Entre as empresas analisadas, 74% fizeram ao menos um movimento para a digitalização e modernização do RH entre abril de 2020 e maio de 2021. Assinatura eletrônica, plataformas de cadastro online e sistemas unificados são as tecnologias que os profissionais mais acreditam que serão utilizadas nesse processo de transformação digital do RH.
Foram ouvidos 182 profissionais de recursos humanos e gestores de empresas ao longo do mês de maio de 2021. Além da modernização dos RHs, os entrevistados mencionaram a adaptação ao uso de novas tecnologias para a continuidade das operações e implementação do home office, questões de saúde mental, mudanças cultural e comportamental, e diversidade como essenciais para acompanhar o ritmo no novo cenário.
Dos entrevistados para a pesquisa, 88% adotaram o home office como formato de trabalho. E, deles, oito de dez pretendem manter o teletrabalho de alguma maneira, para parte da equipe ou em alguns dias da semana. O retorno presencial já não será uma realidade para 9% das empresas entrevistadas, que não terão escritório presencial (o home office será o único formato de trabalho).
“Essa transformação foi, em um primeiro momento, para sobreviver, mas ela veio para ficar”, afirma Sofia Esteves, fundadora e presidente do conselho do Grupo Cia de Talentos. “Agora, os gestores precisam lidar com uma nova provocação: empresas com modelos tradicionais rígidos não sobreviverão às mudanças.”
Para Filipe Bertocco, consultor da único, líderes e gestores precisam seguir essa nova realidade. “Ouvir os funcionários, decidir o que é melhor e mais rentável para todos, como um time”, avalia.
Fonte: Valor Econômico